É das coisas mais desafiantes da maternidade/paternidade, mas também para o casal: estar de acordo na forma como educamos os nossos filhos. E cá em casa nem sempre estamos em sintonia.
Porque cada um de nós tem a sua visão da parentalidade. Cada um de nós tem uma ideia diferente daquilo que espera de si enquanto pai/mãe. E depois há ainda aquilo que os outros esperam de nós, as memórias que temos da nossa infância e como isso se reflecte nos pais que somos.
Não é fácil gerir tudo isso. Eu sou mais do género parentalidade positiva: acredito que é preciso ouvir a criança, explicar em vez de castigar. Compreendo que é a repetir o erro que a criança aprende e por isso vai repeti-lo mais vezes. O pai tem uma visão um pouco mais tradicionalista: acredita que é preciso respeitar a criança, mas a criança tem consciência do erro e tem que aprender a não repeti-lo.
Como fazer então para guiar a nossa filha se temos maneiras distintas de olhar e de agir perante os comportamentos dela? Não sei, nem sempre é fácil. Sei que procuramos dialogar, encontrar um ponto de equilíbrio, mostramos os nossos pontos de vista sempre que acontece uma uma birra, um disparate ou outra situação de crise.
E há uma coisa que temos em comum: o amor que sentimos por ela. E quando não a compreendemos e erramos, pedimos-lhe desculpa, sempre. Tentamos compreender as reações dela e explicamos as nossas. Saber ouvir, todos, é o mais importante.
Não há espaço para o orgulho ferido nem para o ressentimento. Só há espaço para o amor.
E acredito que é dessa forma que criamos uma relação de afectividade verdadeira com a nossa filha. Com mais ou com menos parentalidade consciente.